Um estudo encomendado pelo WWF-Brasil e executado pelo Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan) revela que na recuperação de rios serão necessárias 11 milhões de mudas de árvores e que além dos benefícios ambientais, a restauração de rios e nascentes é um bom negócio, pois gera emprego e renda para empresas e comunidades locais.

Para falar sobre o assunto o Revista Brasil entrevistou o coordenador do programa Água para Vida da WWF-Brasil, Glauco Kimura de Freitas.

Ele diz que historicamente as pessoas pensam que, derrubar uma floresta para plantar ou construir casas e bairros, vai gerar lucro e que a árvore em pé é um impedimento. No entanto defende que “hoje, estamos vendo e comprovando que manter e recuperar a floresta em pé tem sido um bom negócio e gera emprego. Essa é a mudança de cultura que queremos ver em nosso país. Através desse estudo que foi feito, dos projetos que se têm desenvolvido, nós estamos demostrando isso, pouco a pouco pra a sociedade”.

O coordenador explica que o estudo revela que em uma área com 25 municípios de Mato Grosso em que estão presentes os rios Jaurú, Cabaçal, Sepotuba e Paraguai são necessárias 11 milhões de mudas de árvores de espécies nativas para recuperar a mata ciliar dos rios e de mais 50 nascentes. A área totaliza 23 mil hectares, e fazer a restauração florestal tem o potencial de gerar 600 empregos.

Glauco Kimura de Freitas chama atenção para os instrumentos de pagamentos por serviços ambientais, que é outra forma de incentivo econômico que se pode ter com o reflorestamento de matas e de nascentes: “o produtor recupera a nascente repondo a floresta, criando um cinturão de proteção e passa a receber recursos financeiros, aumentando a renda e fortalecendo a economia verde”, esclarece.
 
Rádios EBC