Campo Grande (MS) – O Governo de Mato Grosso do Sul, através da Secretaria de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf), elabora um programa que visa recuperar o potencial produtivo de pelo menos dois dos oito milhões de hectares de pastagens com algum grau de degradação no Estado.
Fundamentado em renúncia fiscal, o programa trará planejamento a ser cumprido nos próximos cinco anos e prevê com o aumento da capacidade de suporte das pastagens impactos econômicos como o incremento da produção de grãos, carne bovina, cana de açúcar e madeira e a elevação do valor bruto de produção, que poderá chegar aos 12 bilhões. Outra meta é a incorporação ao sistema produtivo agropecuário de práticas ambientalmente corretas.
Segundo o Secretário de Produção e Agricultura Familiar do Estado, Fernando Mendes Lamas, a previsão é de que nove mil novos empregos sejam criados, considerando-se que além do trabalho de recuperação, o Governo pretende incentivar o produtor a manter essas áreas recuperadas, com melhor nível de produtividade conquistado através do programa.
Para Lamas, num Estado que possui 16 milhões de hectares sendo cultivados com pastagem e tem sua economia baseada no agronegócio, é vital que o Governo mantenha discussões permanentes sobre o tema, com envolvimento dos diversos atores desta cadeia – federação, associações, cooperativas, sindicatos, empresas de pesquisa, Governo Federal, prefeituras e instituições financeiras.
Neste programa, o Governo fica responsável pela gestão e entra com o incentivo e aos parceiros cabe dar suporte para que as metas sejam cumpridas e disponibilizar tecnologias, seja com trabalho de divulgação junto aos produtores ou através de ações transversais que venham a convergir com os propósitos do programa. Além de buscar a incorporação ao sistema produtivo, de áreas com reduzida capacidade produtiva, a iniciativa prevê o aumento da produção de alimentos, fibras, energia e produtos florestais e a ampliação da renda nos vários elos da cadeia.
O programa deverá ser lançado no próximo mês e conta com a mobilização e capacitação de produtores e técnicos para elaboração e execução dos projetos, viabilizados por meio de financiamentos e incentivos fiscais, com especial atenção para infraestrutura e logística. “Já estamos focados na adequação de estradas e pontes e devemos intensificar as ações para instalação e ampliação de armazéns” afirmou Lamas, observando que o Estado esta sendo mapeado depois das últimas chuvas.
Lamas destaca que uma dos efeitos do programa serão os ganhos em relação ao meio ambiente e a sustentabilidade, uma vez que há previsão de reduzir a emissão de gases de efeito estufa na ordem de 20,5 milhões de toneladas nos cinco anos propostos. Isso porque as práticas a serem inseridas já têm resultado comprovado nos campos europeus, onde uma arroba de boi mantido em pastagem degradada custa em média R$ 120,00 e uma arroba de boi mantido em pastagem recuperada custa pouco mais R$ 50,00.
Kelly Ventorim, Secretaria de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf)