Mas, como fazer cerveja verdadeira? Qual é a correta fórmula da bebida? A primeira delas que se tem notícia data de mais de 5.000 anos e está presente no Código de Hamurábi. Já os egípcios antigosconsumiam o produto de modo generalizado e fabricavam a bebida com uma fórmula própria. Segundo historiadores especializados, eles colocavam o grão da cevada diretamente no sol até a germinação. Os grãos germinados eram triturados e misturados com farinha de pão. Em seguida, os cozinheiros egípcios adicionavam água à mistura, que era fervida e filtrada. A cerveja era muito consumida por faraós, além de adultos e crianças. Também era usada como forma de pagamento a trabalhadores.
Mas foi em 1516 que a Lei da Pureza da Cerveja passou a nortear a bebida produzida pelos alemães. Promulgada pelo Duque Guilherme IV da Baviera, a norma estabelece ainda hoje que cerveja alemã deve ser produzida a partir de cevada, lúpulo e água.
De acordo com historiadores, as primeiras cervejas chegaram ao Brasil por intermédio dos holandeses, por volta de 1630. Segundo Sérgio de Paula Santos, autor do livro“Os Primórdios da Cerveja no Brasil”, a bebida foi trazida para as terras brasileiras a partir de 1634. Vinte anos depois, com a saída dos holandeses, a cerveja desapareceu do Brasil. Pelo menos, oficialmente.
Depois da expulsão dos holandeses, os apreciadores só obtinham a bebida por meio de contrabando ou em mosteiros, fabricadas artesanalmente por monges, de modo secreto.
Anos depois, com a chegada da Família Real, em 1808, a cerveja passou a ser encontrada com mais facilidade no Brasil, graças às atividades dos comerciantes ingleses, que traziam a bebida entre suas mercadorias.
O domínio das cervejas inglesas começou a declinar com o surgimento das cervejarias nacionais, que produziam cervejas mais baratas. A Primeira Guerra forçou ainda mais a mudança das fórmulas da bebida, com a substituição de parte da cevada por outras fontes de amido.
No Brasil, as normas para a fabricação de cerveja são publicadas desde 1994. o decreto 6.871 de 4 de junho de 2009 regulamenta a fabricação de bebidas define que parte do malte de cevada pode ser substituído em até 45% por outros cereais.
Com toda a discussão sobre qual a fórmula ideal da bebida, cresce o número de marcas artesanais no mercado brasileiro. Um termômetro para a nova tendência vem do Rio de Janeiro. Em 19 de novembro, um decreto da prefeitura da capital regulamenta as microcervejarias artesanais no município. Bom para o degustador da bebida, que terá novos sabores e fórmulas à disposição.
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