A Jucems (Junta Comercial de Mato Grosso do Sul), órgão vinculado à Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), registrou a abertura de 9.602 empresas no exercício de 2022. O número está 3.55% acima do registrado em 2021, quando o Estado ganhou 9.273 novas firmas, e é o segundo recorde consecutivo da série histórica, demonstrando uma retomada consistente do crescimento após a pandemia Covid-19 e vigor consolidado da economia sul-mato-grossense.
Com 6.587 empresas, o setor de Serviços foi preponderante, representando mais de dois terços (68,6%) do total, seguido pelo Comércio com 2.600 (27,08%) e a indústria vem em terceiro, tendo registrado 415 novas firmas (4,32%) em 2022. Na distribuição regional, os maiores municípios lideram a atração de negócios, com destaque para Ribas do Rio Pardo que figura na oitava colocação (empatado com Maracaju), impulsionado pela implantação do megaempreendimento da Suzano.
Campo Grande – Capital do Estado e maior cidade – registrou a maior movimentação do setor com 4.074 novas empresas no ano, ou 42,43% do total. Em seguida vem Dourados (1.018 empresas, 10,6%), depois Três Lagoas (401 empresas, 4,18%), Ponta Porã (289 empresas, 3,01%), Naviraí (231 empresas, 2,41%), Chapadão do Sul (195 empresas, 2,03%), Corumbá (189 empresas, 1,94%), Maracaju (182 empresas, 1,9%), Ribas do Rio Pardo (182 empresas, 1,9%) e finalizando o top 10, Nova Andradina com 161 empresas, ou 1,68% do total.
Incentivos
As medidas de incentivo e proteção dos negócios adotadas pelo governo do Estado durante a pandemia Covid-19 foi importante para preparar a retomada do crescimento econômico de Mato Grosso do Sul no período seguinte à crise, destacou o secretário da Semadesc, Jaime Verruck. A dilatação dos prazos para pagamento de financiamentos e de impostos, tratativas com as empresas para manter os postos de trabalho, garantia de circulação das mercadorias, revisão de alíquotas foram algumas medidas adotadas pelo governo durante a pandemia citadas pelo secretário.
Mato Grosso do Sul foi o Estado que conseguiu obter o maior índice de crescimento , equilibrando os cuidados com a saúde da população com a proteção da economia. “É um dos Estados que mais recebe investimentos privados graças à política de incentivos do governo e também devido aos investimentos públicos em setores estratégicos para o desenvolvimento. Esse conjunto de fatores faz com que Mato Grosso do Sul registre recordes consecutivos na abertura de novas empresas e obtenha um crescimento substancial no Produto Interno Bruto e se reflete na vida das pessoas como um todo”.
Paralelo a isso, a Junta Comercial aprofundou as transformações tecnológicas que possibilitaram a migração de todos seus serviços para a plataforma digital, conferindo agilidade, segurança e simplicidade nos procedimentos por parte dos usuários. “Após a implantação dos serviços 100% digitais em 2019, a Jucems teve, de forma sequencial e crescente, os melhores desempenhos anuais na abertura de empresas. Mesmo em 2020 com a pandemia, quando saltamos de 7.019 empresas abertas em 2019 para 7.903 naquele ano”, disse o diretor presidente da Junta, Augusto Castro.
Ele cita, ainda, como exemplo da modernização dos serviços, o registro automático de empresas mercantis, em que possibilita ao usuário, utilizando os modelos padrões disponíveis no sistema e após o preenchimento da documentação, como assinatura digital e demais procedimentos automáticos, a imediata emissão do CNPJ da empresa.
Das 9.602 empresas constituídas em 2022, 61,85% (5.939) receberam o registro automático pela plataforma digital.
Fechamentos
As facilidades conferidas pela tecnologia refletiram também nos processos de fechamento de empresas, fazendo com que esse número também tenha sido recorde no ano passado: 4.601. Desse total, 2.380 (51,73%%) eram do setor de Serviços, 1.963 (42,66%) do Comércio e 258 (5,61%) da Industria. Esse procedimento também foi agilizado na plataforma digital e acontece automaticamente.
Augusto Castro disse que a Jucems identificou na isenção da taxa de serviços para fechamento de empresa – benefício concedido através da Lei da Liberdade Econômica – um fator importante que incentivou os empresários a regularizarem a situação de firmas inativas. “Havia um número considerável de empresas sem movimentação há anos, e com essa isenção os empresários aproveitaram a oportunidade de regularizar a situação cadastral, o que resultou em elevação significativa das extinções”, disse.