Toda essa movimentação tem levado à expectativa de crescimento anual do setor na ordem de 15%, cinco vezes superior à estimativa para o aumento de vendas de agroquímicos no país, guardadas as devidas proporções.
Para que o emprego de agentes biológicos apresente eficiência satisfatória em campo, é fundamental que o gatilho para a aplicação seja acionado no momento correto, ou seja, no início da infestação da praga-alvo. Em um futuro próximo, o uso de dispositivos eletrônicos, desenvolvidos por empresas de tecnologia da informação, associadas a pesquisadores e técnicos ligados ao agronegócio, possibilitará realizar diversas tarefas simultaneamente, de maneira rápida e assertiva. O acompanhamento remoto da chegada da praga à lavoura, bem como o seu desenvolvimento e crescimento populacional por meio de armadilhas inteligentes, é um caminho que já está sendo projetado e deve chegar ao mercado muito em breve.
Aliado a esta tecnologia de ponta, a aplicação de predadores e microvespas com o uso de veículos aéreos não tripulados (drones) impulsionará a distribuição destes inimigos naturais em grandes áreas de produção agrícola, ampliando o potencial de absorção que antes era restrito às pequenas áreas, principalmente devido ao método tradicional de liberação manual. No caso dos microbiológicos, especialmente os fungos, o uso de sensores de umidade deverá indicar o momento certo para recomendação e pulverização destes biológicos, já que os mesmos são extremamente dependentes da umidade do ambiente e do microclima para esporular e atacar o alvo.
Vale ressaltar que neste momento, todas estas novas tecnologias cibernéticas estão em fase de adaptação e aperfeiçoamento para atuar no ambiente agrícola, que ainda é pouco conhecido por grande parte de seus desenvolvedores. Porém, isso não afeta o potencial de sucesso futuro, desde que todos os riscos e desafios sejam devidamente mensurados e não negligenciados. O ganho de produtividade a partir do sucesso do manejo de pragas é resultado de uma série de atividades que devem ser estruturadas e executadas de forma integrada. Definitivamente a revolução 4.0 está chegando ao campo e o controle biológico encontra um terreno fértil para que na esteira da agricultura de precisão ocupe seu devido espaço nas grandes áreas agricultáveis do país.