Campo Grande (MS) – A nova ponte sobre o Rio Paraná, na rodovia BR-262, entre os municípios de Três Lagoas e Castilho (SP), reforça a logística de transportes e a balança comercial de Mato Grosso do Sul, afirmou o governador Reinaldo Azambuja na quarta-feira (28) . A nova estrutura de 1.344 metros de extensão, 6.648 metros de acessos e três faixas para o tráfego de veículos foi liberada nesta quinta-feira (29). “Essa ponte é uma obra esperada há muito tempo, mas que foi concluída em um momento muito importante para Mato Grosso do Sul, que avança na posição de um dos principais estados na produção de alimentos e diversificação da base econômica, em pleno processo de industrialização”, disse Reinaldo.
De acordo com o governador, um dos obstáculos ao crescimento das atividades econômicas do Estado é a falta de logística de transportes. Esse é um gargalo porque Mato Grosso do Sul tem uma localização estratégica e desperta o interesse dos investidores, que acabam retardando a instalação de empreendimentos em razão de dificuldades de escoamento dos produtos.
“Nosso Estado é a convergência de todos os caminhos aos principais centros consumidores do país, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A ponte sobre o Rio Paraná melhora essa logística, pois está integrada aos modais ferroviário e hidroviário, o que contribui para tornar nossa produção mais competitiva”, destacou Reinaldo. A nova ponte contou com investimentos de R$ 117 milhões do Governo Federal. A confirmação da liberação do tráfego de veículos foi feita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit).
De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, em termos de trafegabilidade, as condições de passagem pela barragem da usina hidrelétrica de Jupiá já não suportavam o fluxo de automóveis de passeio e de caminhões de carga. Atualmente, cerca de 13 mil veículos circulam diariamente pela barragem. “Nos últimos 15 anos, o eixo Três Lagoas-Campo grande tornou-se uma rota importante de importação e exportação, decorrente da industrialização da costa leste do Estado. Além de contribuir com a logística, a ponte é importante pelo fato da segurança, pelo tempo médio de passagem na divisa de MS e SP, agilizando o transporte, isto se traduz em redução e custos”, afirma.
O secretário acrescenta que o “próximo passo é integrar a nova rota com projetos de estruturação urbana de novas vias e acesso na área urbana de Três Lagoas. Essas propostas já estão sendo discutidas com prefeitura municipal e o Dnit e têm por objetivo melhorar o acesso e dar agilidade na passagem urbana de cargas”.
Ligações

Nova ponte rodoviária entre MS e SP fica ao lado de ponte ferroviária. Foto: Edemir Rodrigues
Separados pelo Rio Paraná, os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo terão uma quinta opção de ligação com a ativação da nova ponte. A primeira delas é exclusivamente ferroviária e fica entre Três Lagoas e Castilho, ao lado da nova estrutura. Mais ao sul, a ponte rodoviária Maurício Joppert liga a BR-267 em Bataguassu à SP-270 (Raposo Tavares) em Presidente Epitácio (SP). A terceira ligação fica entre os municípios de Brasilândia e Paulicéia (SP). Com 1,705 metros de comprimento, ela liga a BR-158 à SP-294. A quarta ponte entre os dois estados é rodoferroviária e fica entre Aparecida do Taboado e Santa Fé do Sul (SP), com quatro quilômetros de extensão e fazendo o entroncamento da BR-436 com a SP-329 (Euclides da Cunha).
A nova ponte – quinta ligação entre MS e SP – retira o tráfego de veículos sobre a barragem da Usina Hidrelétrica Engenheiro Souza Dias, a Usina de Jupiá. Do lado sul-mato-grossense, o trecho de acesso à ponte completa o traçado definitivo da BR-262, alterando o caminho que leva à barragem da usina. Do outro lado do Rio Paraná, no município de Castilho, uma nova via de acesso foi construída da ponte até rodovia estadual SP-300 (Marechal Rondon).
Histórico
A nova ponte sobre o Rio Paraná foi pensada para transferir o tráfego de veículos da barragem da Usina de Jupiá e contribuir para o escoamento da produção de Mato Grosso do Sul para o Leste do País, principal mercado consumidor do Brasil. O projeto inicial da estrutura é de 1999. Mas a construção começou em 2011 – com previsão de entrega em 2014. A obra foi concluída em 2015 e a inauguração da estrutura foi adiada diversas vezes por conta de readequação do projeto de construção de acessos, períodos chuvosos e decisões judiciais.
Antes da construção da usina, na década de 1960, a travessia de veículos, cargas e pessoas entre Três Lagoas e a cidade paulista era feita por meio de balsa ou da ponte ferroviária Francisco de Sá – que fica ao lado da nova ponte. Depois da construção da usina, o tráfego passou a fluir pela própria barragem. Com o passar dos tempos, a expansão da região, nos setores agrícola e industrial, e o desenvolvimento urbano da região, a movimentação de veículos no local aumentou consideravelmente. Surgiu assim a necessidade de uma nova alternativa de travessia do rio.
Bruno Chaves e Edmir Conceição, da Subsecretaria de Comunicação do Governo do Estado | Foto destaque: Reprodução/Dnit