Nem safra recorde salvou venda de máquinas

Categoria: Geral | Publicado: segunda-feira, janeiro 11, 2016 as 14:31 | Voltar

Negócios caem 34,5% em 2015, pior resultado em sete anos

O ano de safra recorde e alta produtividade no campo não foi suficiente para salvar o desempenho dos fabricantes de máquinas agrícolas e rodoviárias instalados no País. As vendas domésticas do segmento caíram expressivos 34,5% de janeiro a dezembro na comparação com 2014, somando o total de 44,9 mil unidades. É o pior resultado em sete anos e desde 2007 o setor não vendia menos de 50 mil máquinas em um ano. “O resultado reflete a queda de confiança das pessoas, que impediu a concretização de investimentos”, justificou Ana Helena de Andrade, diretora de assuntos governamentais na América Latina da AGCO e vice-presidente da Anfavea, a associação dos fabricantes de veículos.
- Veja aqui os dados da Anfavea

“Durante 2015 as questões políticas influenciaram consumidores e investidores, o que contaminou a economia. O maior exemplo dessa contaminação é justamente o setor de máquinas agrícolas, que mesmo com safra recorde e da ampla compensação de preços dos produtos pela alta do dólar não conseguiu consolidar bom desempenho”, avaliou Luiz Moan, presidente da Anfavea, durante a reunião mensal com jornalistas na quinta-feira, 7.

Ana Helena acrescenta que a queda generalizada de vendas domésticas, exportações e produção “é histórica” para o setor e seus efeitos são agravados pela grande capacidade ociosa que provoca na indústria, que fez investimentos para crescer e atender a uma demanda muito maior.

EXPORTAÇÃO E PRODUÇÃO EM QUEDA

Em 2015 as exportações de máquinas agrícolas e rodoviárias caiu igualmente expressivos 27,2% em comparação a 2014, para apenas 10 mil unidades embarcadas para outros países. Em valores, as vendas externas recuaram ainda mais, 39,2%, somando US$ 1,7 bilhão. Segundo Moan, o câmbio favorável não ajudou o setor porque houve declínio de embarques para a Argentina, principal comprador do Brasil, com impostos sobre importações do setor agrícola e taxa de câmbio dupla que atrapalharam os negócios. “Mas já sentimos melhoria neste início de ano com o destravamento do fluxo de pagamento pelo novo governo (Macri)”, destacou Ana Helena.

Com mercado interno e externo em baixa, a situação das fábricas se agravou. A produção de 55,3 mil unidades de janeiro a dezembro significou forte retração de 32,8% sobre o ano anterior. Com isso, houve fechamento de 3 mil vagas nas indústrias do setor no País, que fechou 2015 com 15,4 mil empregados, em retração de 16,7% na força de trabalho. “É o ajuste necessário à nova realidade de mercado”, afirma a vice-presidente da Anfavea.

PROJEÇÕES PARA 2016

Para 2016 a Anfavea projeta tímida recuperação do setor, tanto para as vendas domésticas quanto para as exportações e, consequentemente, produção. A estimativa é que o mercado interno vá consumir 45,8 mil máquinas agrícolas e rodoviárias, em alta de 2% sobre 2015. A previsão de negócios com o exterior é de 10,7 mil unidades embarcadas, o que significará elevação de 7% sobre o ano anterior. A produção total é estimada em 56,6 mil, 2,3% maior que a registrada em 2015.

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