Campo Grande
O Laboratório de Biossegurança para a Pecuária (Biopec) foi inaugurado nesta quinta-feira (30) pelo ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e pelo presidente da Embrapa, Maurício Lopes, em Campo Grande (MS). Instalado na Embrapa Gado de Corte de Campo Grande, é considerado o mais moderno da América Latina, sendo o primeiro de alto nível de biossegurança voltado para a pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) em bovinos, aves e suínos. Além disso, também pode ser utilizado em cadeias produtivas de outras carnes de micro-organismos agrícolas.
As instalações aumentam a capacidade do país para garantir qualidade sanitária dos rebanhos. De acordo com o chefe-geral da Embrapa Gado de Corte, Cleber Soares, “o Brasil muda de estágio no desenvolvimento de pesquisas em pecuária, tornando possível fazer, em um mesmo local, pesquisas relacionadas a agentes de alto risco, como os vírus da febre aftosa, da influenza aviária, da influenza suína, raiva, brucelose e tuberculose”.
Outra novidade é que será possível estudar em um mesmo laboratório bactérias causadoras de tuberculose bovina, botulismo, antrax, salmonelose e de intoxicações alimentares. Será possível, ainda, desenvolver testes e vacinas para doenças como a brucelose e trabalhos de pesquisa com príons (proteínas) causadores de encefalopatias espongiformes (vaca-louca e scrapie) com as mais avançadas normas de biossegurança do mundo.
Na construção do laboratório de cerca de mil metros quadrados foram investidos R$ 10 milhões. Os recursos do orçamento da Embrapa e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, esteve na inauguração.
Encontro com pecuaristas
No fim do dia, o ministro se reuniu com líderes da cadeia produtiva da carne do estado, durante visita à 79ª ExpoGrande, na capital de Mato Grosso do Sul. Em entrevista a jornalistas, ele falou sobre a Operação Carne Fraca da Polícia Federal. Das amostras recolhidas de produtos de 21 estabelecimentos auditados pelo Mapa, ressaltou Maggi, 12 laudos já demonstraram não haver nenhum problema com as mercadorias para consumo humano. “Os demais, que foram colhidos, estão nos laboratórios do ministério e, assim que estiverem prontos, vamos comunicar o resultado. O Ministério da Agricultura vai ser o mais transparente possível, vamos informando a cada passo”, observou.
Sobre o impacto que a operação da Polícia Federal teve nos mercados externos, Maggi disse que foram dadas todas as respostas a governos de países importadores. Mas isso não significa que está tudo resolvido, mesmo com a reabertura de importantes mercados. “Temos os mercados abertos agora. Outra coisa é a população aceitar o produto brasileiro. Então, agora começa uma segunda etapa, a de convencimento da qualidade. Não creio que a gente volte à normalidade absoluta em poucas semanas.”
Maggi disse que irá, no início de maio, à China. “Tenho encontros com o governo, vou levar empresários ligados à carne, autoridades das associações, e nós todos teremos que fazer um trabalho conjunto para recuperar tudo isso.”
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