O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), participou da construção do Atlas Brasileiro da Transição Energética, lançado pelo MME (Ministério de Minas e Energia). O levantamento inédito mapeia iniciativas públicas estaduais relacionadas à transição para fontes de energia de baixa emissão de carbono e foi desenvolvido com apoio técnico da coordenadora de Energias Renováveis da Semadesc, Mamiule de Siqueira.
O Atlas reúne dados de todos os estados brasileiros sobre políticas, programas, projetos e legislações que fomentam o uso de fontes renováveis, como energia solar, eólica, biomassa, biogás, biometano, hidrogênio de baixo carbono e combustíveis sustentáveis de aviação (SAF). De acordo com o documento, todas as unidades da federação possuem alto potencial de produção de energia limpa e já contam com ações concretas voltadas à sustentabilidade energética.
No caso de Mato Grosso do Sul, foram listadas as ações, planos e programas, além de políticas e diretrizes que colocam o Estado entre as unidades da federação com aproveitamento de energias alternativas — com destaque para a biomassa, o biogás, o biometano e os combustíveis de base vegetal. Entre as iniciativas destacadas estão o Plano Estadual MS Carbono Neutro (PROCLIMA), o Programa Estadual de Bioeconomia, a Política de GNV, o Programa MS Renovável e o Projeto Carbono Neutro para Agricultura Familiar.
Além de servir como um repositório nacional de boas práticas, o Atlas também aponta vocações regionais: os estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste se destacam em políticas voltadas ao biogás; enquanto o Nordeste concentra esforços na energia solar. O documento reforça que os estados da região Centro-Oeste têm foco expressivo em biomassa, demonstrando o alinhamento das políticas estaduais com as diretrizes nacionais para a transição energética.
A plataforma lançada pelo MME consolida 224 leis e decretos, 268 projetos e ações, 14 políticas públicas, 39 programas e 22 planos estaduais. O crescimento dessas iniciativas entre 2015 e 2025 foi de aproximadamente 160%, segundo o próprio levantamento. Com atualização prevista para 2026, o Atlas Brasileiro da Transição Energética reforça o compromisso federativo com uma matriz energética mais sustentável, diversificada e menos dependente de fontes fósseis.
Marcelo Armôa, Semadesc