Brasília (DF) – O governador Reinaldo Azambuja participou de uma audiência na manhã desta quarta-feira (25), na sede da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), com o presidente da entidade e com a direção da Rumo/ALL, que planeja o aporte de R$ 1,9 bilhão em investimentos na ferrovia em Mato Grosso do Sul. O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Elias Verruck, também participou do encontro.
“A reunião serviu para apresentação do plano de investimento feito pela Rumo, e também para que nós apresentássemos algumas questões à ANTT que viabilizam este investimento que, certamente, trará inúmeros benefícios ao Mato Grosso do Sul”, afirmou o governador Reinaldo Azambuja. Mais cedo, pouco antes da reunião, o secretário Jaime Verruck disse que “O Estado fez o dever de casa. Agora aguardamos que a ANTT estabeleça um cronograma de trabalho, especificando qual será o seu papel”.
Segundo o governador, o diretor-presidente da ANTT, Jorge Luiz Macedo Bastos, se comprometeu a elaborar um termo de compromisso para ser celebrado entre as partes, com detalhamentos das condições e responsabilidades que cabem ao Estado, à Agência e à empresa. “São investimentos importantes porque vão garantir a reconstrução da ferrovia com segurança, assegurando competitividade e desenvolvimento ao Estado”, afirmou Reinaldo Azambuja.
A Rumo apresentou ao governo estadual e à União estudos de viabilização da malha ferroviária sul-mato-grossense, mas que dependem de fatores como ampliação do prazo de concessão, licenciamentos ambientais e autorização para retificação de traçado, questões de competência da ANTT.
Malha Oeste
Segundo a empresa, o estudo elaborado aponta que para as cargas relacionadas à produção agrícola, tendo em vista o traçado da Malha Oeste, o escoamento da produção tem maior competitividade pela Malha Norte, que corta o Estado do Mato Grosso do Sul – são cargas com destino ao porto de Santos.
Já para o grande volume produzido na região sul do estado do Mato Grosso do Sul, a avaliação de demanda apontou que a melhor alternativa ainda é a ponta rodoviária até um dos terminais da Malha Sul, Maringa ou Londrina, no Estado do Paraná, reduzindo a distância total em 1.000 km até o Porto de Paranaguá, aumentando a rentabilidade do produto.
Nesses casos, o investimento que a Rumo ALL está fazendo nessas duas malhas irá abrir mais espaço para escoar e aumentar a competitividade dos produtos agrícolas do Mato Grosso do Sul.
A grande oportunidade para a Malha Oeste, aponta o estudo, está no setor de papel e celulose. Além do volume já transportado hoje em dia pela ferrovia, a viabilidade passa pela expansão da produção na região de Três Lagoas e pelo novo projeto em Ribas do Rio Pardo.
Outro desafio apresentado pela Rumo está no crescimento expressivo do transporte de combustíveis no Mato Grosso do Sul por ferrovia, saltando de 5% transportado em 2014 para 75% da participação do mercado. O estudo ainda contempla o aumento da captação da carga geral produzida e consumida no Estado, além da manutenção das cargas atuais, como o minério da região de Corumbá.
Hoje, a Malha Oeste transporta cerca de 6 milhões de toneladas por ano. Considerando uma tarifa competitiva, é necessário que o volume atinja 14,5 milhões de toneladas anuais para sustentar a viabilidade da ferrovia na região, aponta o estudo de demanda.
Para atendimento desse volume potencial, considerando a melhoria no nível de segurança, o aumento da capacidade e da eficiência, o investimento necessário para adequar a Malha Oeste a esse novo patamar de carga é de R$ 1,9 bilhão, com a previsão de obras de infra-estrutura e superestrutura, adequação de pontes e passagens em nível, extensão e construção de pátios, e aumento de carga por eixo – além da compra de mais de 70 novas locomotivas e mais de 2 mil vagões.
Esses investimentos, alega a empresa, irão reduzir o custo variável da operação da ferrovia. Mas para garantir a viabilidade do projeto ainda é necessária a concretização de algumas premissas, tais como a realização de 100% do volume potencial em contratos de longo prazo, a redução do custo fixo, isenção de impostos, a definição de uma linha de financiamento adequada e a extensão do prazo de concessão para amortização dos investimentos, questões que dependem do aval e anuência da ANTT.
Com informações de Ludyney Moura/ Subsecretaria de Comunicação
Fotos: Bruno Oliveira/ANTT