O secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), representou o governador Reinaldo Azambuja na manhã desta quarta-feira (15) em evento de apresentação do potencial de movimentação de cargas nos Portos do Paraná e destacou a importância do projeto da Nova Ferroeste e da parceria dos governos de Mato Grosso do Sul e do Paraná junto ao Governo Federal no processo de concretização do traçado logístico ferroviário que vai ampliar o escoamento e dar mais competitividade à produção do agronegócio sul-mato-grossense por meio dos portos paranaenses.
O evento foi promovido pela Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) e, além de apresentar a atual situação dos Portos do Paraná, também abordou de que forma o projeto da Nova Ferroeste deverá impactar na capacidade de escoamento da produção para os terminais portuários. Assista à íntegra aqui.
“O Governo do Estado já incluiu a Nova Ferroeste como projeto estruturante para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. Junto com o governo do Paraná, temos trabalhado na consolidação de um ambiente favorável, com segurança jurídica para a atração de investidores nesse projeto. Caminhamos agora, para a finalização do projeto da Nova Ferroeste. Tivemos um salto importante com a aprovação da MP 1065, o que nos permitiu a conexão com a Malha Oeste, ligando Maracaju a Dourados e tratamos muito da questão do escoamento por meio de contêineres, pois teremos o transporte de produtos com valor agregado, principalmente proteínas”, comentou o secretário Jaime Verruck.
O titular da Semagro lembrou que Mato Grosso do Sul está em processo de expansão de sua produção agrícola. “Já fizemos a incorporação de mais de 1 milhão de hectares à nossa área de lavoura e devemos incluir mais 2 milhões de hectares nos próximos anos, com forte agregação de valor por meio das agroindústrias. Daí a importância da Nova Ferroeste para o nosso Estado. É um projeto sustentado, sólido, consistente, inserido numa lógica nacional de desenvolvimento e nos eixos logísticos nacionais, que vai reduzir o frete e gerar competitividade ao produtos sul-mato-grossenses, pois mais de 40% da nossa produção é escoada pelo Porto de Paranaguá”, finalizou.
Participaram do evento Carlos Valter Martins Pedro, presidente do Sistema Fiep; o secretário nacional de Transportes Terrestres Marcello Costa (representando o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas); Sandro Alex, secretário de Estado de Infraestrutura e Logística do Paraná (representando o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior); Valdemar Bernardo Jorge, secretário de Estado do Planejamento de Projetos Estruturantes; e Ismael Trink, diretor do Departamento Ferroviário do Ministério da Infraestrutura. Também participaram investidores e fundos de investimentos brasileiros e internacionais para conhecer o projeto. O encontro foi uma prévia do evento que será realizado em Dubai no Encontro da Feira Mundial, a Expodubai 2021, prevista para ser realizada em outubro.
Projeto da Nova Ferroeste
A Nova Ferroeste será um investimento privado, com extensão total de 1.285 quilômetros, ligando a cidade paranaense de Cascavel a Maracaju. Os trilhos dessa nova malha ferroviária deverão ser, em princípio, de bitola mista (estreita e larga) e vão entrar em Mato Grosso do Sul pelo município de Mundo Novo e seguirão pelo Estado passando por Eldorado, Iguatemi, Amambai, Caarapó, Dourados e Itaporã, até chegarem a Maracaju. No Paraná, o projeto ainda engloba um novo traçado entre Guarapuava e Paranaguá; um ramal multimodal ligando Cascavel e Foz do Iguaçu; além da revitalização do atual trecho da Ferroeste, entre Cascavel e Guarapuava.
A previsão é de que essa nova ferrovia tenha um impacto de 3% no PIB brasileiro e beneficie uma população de 9 milhões de pessoas. O escoamento da produção de Mato Grosso do Sul terá o maior percentual de economia, com uma redução de custos de 32% no transporte até o Porto de Paranaguá. No total, o “Custo Brasil” de exportação/importação de carga deverá ter uma queda de R$ 2,4 bilhões no Ano Zero (início de operações) dessa ferrovia.
O projeto da Nova Ferroste foi concebido para ser um empreendimento com o menor nível de impacto ambiental possível, contribuindo, ainda, na diminuição do número de acidentes rodoviários e na redução na emissão dos gases de efeito-estufa, pois um trem com 100 vagões graneleiro (transportando 100 toneladas de carga cada um), equivale à retirada de 357 caminhões das estradas.
Dessa forma, os estudos já realizados apontam a ferrovia como elegível para a emissão de Green Bonds, ou “Títulos Verdes”, similares aos títulos de dívida comuns, com a diferença de que só podem ser usados para financiar investimentos considerados sustentáveis. A expectativa dos governos do Paraná e de Mato Grosso do Sul é de que essa característica seja um atrativo para auxiliar no financiamento do projeto.