Campo Grande (MS) – Mato Grosso do Sul terminou agosto com saldo de US$ 2,816 milhões na balança comercial, montante 32% maior que o verificado nos oito primeiros meses de 2019. As exportações de soja contribuíram para o aumentando, chegando a representar 36,5% de todos o volume exportado em 2020.
As informações são da Carta de Conjuntura do Setor Externo do mês de junho divulgada nesta terça-feira (08), pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar). Acesse o documento aqui.
As exportações de soja cresceram 58,6% em relação ao mesmo período do ano passado, devido à expansão no volume enviado a outros países, que somou 4,4 milhões de toneladas entre janeiro e agosto deste ano. A celulose permanece como o segundo produto, embora tenha registrado uma queda de 17,49% na variação entre 2019 e 2020. O recuo no período ocorreu principalmente devido à queda de preço do produto no mercado internacional, visto que o volume exportado aumentou.
Outros destaques no primeiro de semestre de 2020 foram as exportações de óleos e gorduras vegetais e animais, que cresceram 135,73% em relação ao mesmo período; as de açúcar, que aumentaram 263,51% e as de ferro-gusa, que subiram em 325%.
“Nós temos alguns pontos relevantes que já vêm ocorrendo ao longo de 2020. Um deles é a taxa de câmbio média, que ficou em R$ 5,27 no mês de agosto, valor 40% superior ao que ela estava no passado. Isso significa mais receita para esses produtores e preços mais elevados para esses produtos em função de aumento na demanda internacional”, comenta o secretário Jaime Verruck.
O titular da Semagro, destacou o impacto do câmbio nas exportações de soja em Mato Grosso do Sul. “No caso da soja, tivemos um crescimento de 61% em relação ao volume exportado no ano passado, o que é um fator extremamente positivo. Quando nós comparamos em relação a valores, o aumento foi de 55%. Então, a gente já está hoje, 3,915 milhões de toneladas de soja exportada no Mato Grosso do Sul, o que representa cerca de 40% da soja produzida em nosso Estado”.
Sobre a celulose, segundo produto de exportação, o fator câmbio não tem sido suficiente para compensar a queda do preço no mercado externo. “Nesse item, tivemos um crescimento de 7%, mas diferentemente da soja, houve uma redução no preço em dólar no mercado internacional. Mesmo assim, a celulose ainda preserva o seu crescimento na pauta, posicionando o município de Três Lagoas como principal exportador do Estado”, ponderou Jaime Verruck.
Com relação às exportações de proteína animal, “a carne bovina está praticamente estabilizada. Tivemos a perda de alguns credenciamentos durante a pandemia, em função principalmente do mercado chinês, mas isso deve ser retomado. Há também a questão da falta de bovinos para que a gente possa fazer o abate, mas a perspectiva é de crescimento”, afirmou o secretário.
“Na carne de aves nós estamos 18% acima do ano passado. Também tivemos intercorrências em função da pandemia que resultaram em descredenciamento, mesmo assim o setor expandiu suas exportações. Na carne suína, temos uma perspectiva de crescimento no mercado interno mas nas exportações já aparecemos em alguns mercados internacionais como Hong Kong”, completou.
A China segue como principal destino das exportações de Mato Grosso do Sul, com 50,88% do total exportado, seguida pela Argentina (4,45%) e Estados Unidos (4,01%). Três Lagoas lidera os municípios exportadores, embora o destaque seja para o segundo, Dourados que expandiu 101% suas exportações principalmente devido às exportações de soja.
Nesse período de pandemia da Covid-19, as medidas de restrição às importações que têm sido implantadas pela China são alvo de monitoramento constante dos governos federal e estadual.
Priscilla Peres, Assessoria de comunicação da Semagro