Os irmãos Claúdio e Cladimir nunca viram tanta chuva em tão pouco tempo. Eles cultivam soja, em Amambai, no sul do Mato Grosso do Sul. Cento e cinquenta, dos mil hectares da lavoura foram destruídos. “Você encontra uma raiz que não desenvolve e faz com que a planta até morra”, diz Cladimir Agostini, agricultor.
O sul do Mato Grosso do Sul é responsável por aproximadamente 70% da produção do estado, que prevê uma colheita de cerca de sete milhões e trezentas mil toneladas nesta safra. Em menos de um mês, choveu 1.200 milímetros na região, quase 80% do que chove em um ano inteiro.
“Mesmo que você tenha todo controle de solo, terraceamento, toda a tecnologia a tua disposição, você e não tem como controlar a força da natureza, tamanha precipitação que a gente viu por aí”, comenta Cláudio Agostini, agricultor.
A grande preocupação dos produtores é com colheita e o escoamento dos grãos em janeiro. É que muitas estradas aqui no sul do estado estão completamente intransitáveis. Em Mato Grosso do Sul são cerca de três mil quilômetros de rodovias parcialmente destruídas.
Em todo o estado, mais de 40 pontes foram destruídas. Em Caarapó, uma barragem se rompeu e a lama devastou áreas de pastagem. Em Iguatemi, o rio que leva o nome da cidade, cobriu uma rodovia da região.
Até sexta-feira, 19 municípios do Mato Grosso do Sul já tinham decretado estado de emergência por causa das chuvas.
Martim AndradaAmambai, MS G1