Com economia nacional instável, especialista afirma que cresce o número de aquisições de empresas que passam por problemas financeiros
Cenário econômico difícil com inflação em alta, Produto Interno Bruto (PIB) em queda e taxa de desemprego em crescimento. Contexto pessimista para os investidores brasileiros, mas um grande momento para os estrangeiros que buscam entrar no mercado brasileiro. Ao invés de se arriscar em abrir um novo negócio do zero no Brasil, agora, os investidores adotaram um novo comportamento: adquirir empresas com a “corda no pescoço” por causa de fatores como aperto de caixa, restrição de crédito, venda em queda e de redução de funcionários.
Segundo o especialista em Fusões e Aquisições e sócio da KPMG (São Paulo/SP), Augusto Sales, o cenário bem diferente de cinco anos atrás, quando o crescimento estava em ritmo acelerado e o contexto era de expansão, representa que o Brasil possui bons ativos à venda com preço bem inferior do que de alguns anos atrás.
Ele explica que o interesse de grandes empresas de fora por aquisição de brasileiras se dá também por um outro motivo relevante: a desvalorização do real frente ao dólar. “Isso fez com que aumentasse o poder de compra dos investidores e deixou as projeções hoje mais realistas no Brasil. Para se ter uma ideia dessa proporção, há casos em que com o mesmo dinheiro comprasse dois ativos iguais”, completa.
Dois fatores que deixaram o Brasil ainda mais atraente para muitos investidores, a maioria deles americanos e europeus, e que em algum momento do passado já haviam demonstrado interesse em entrar no País. O apetite dos empresários de fora é tão grande que empresas brasileiras têm sido vendidas em tempo recorde. “Em setores como o de consumo, o interesse também se mantém grande apesar do registro na queda no poder aquisitivo dos brasileiros”, diz o especialista.
O momento pelo o qual o Brasil passa também revela outra particularidade, já que o ambiente político vem sendo citado como uma barreira para quem quer investir no Brasil. Apesar disso, Augusto acredita que a questão não atrapalha quem tem apetite para o médio e longo prazo – para isso, pesa o fato de o País possuir instituições fortes e uma democracia consolidada.
“De forma geral, o País está vivendo um momento oportuno e que, por isso, continua atraindo investidores qualificados, que também apostam em países como a China e a Índia. Apesar dos prós e contras, de certo sabemos que o Brasil é estratégico para quem pensa grande”, conclui.
Fonte: A.I., adaptado pela equipe feed&food.