Equipes da ONU (Organização das Nações Unidas) e do MMA (Ministério do Meio Ambiente) estão em Campo Grande desde o sábado (14) em visita técnica para planejar a realização da COP15 das Espécies Migratórias, a Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias de Animais Silvestres que acontecerá na cidade em março do próximo ano. Eles desenvolvem uma série de atividades com autoridades locais e retornam no início da tarde dessa quarta-feira (18).
A COP15 das Espécies Migratórias reunirá representantes de mais de 130 países, cientistas, povos indígenas e comunidades tradicionais e sociedade civil em Campo Grande para debater os desafios urgentes de conservação que acometem as milhares de espécies de animais silvestres que cruzam fronteiras internacionais.
Nesse grupo estão desde antílopes a peixes, baleias a elefantes, morcegos a pássaros e até borboletas. As espécies migratórias atravessam grandes distâncias e ecossistemas, desempenhando papel crucial na manutenção da biodiversidade e do equilíbrio ecológico, são indicadores de saúde ambiental e essenciais para o funcionamento de seus habitats.
Integram a equipe da CMS (Convenção sobre Espécies Migratórias da ONU): María José Ortiz Noguera (Legal Officer and Head of Conference Services), Tine Lindberg-Roncari (Conference Services) e Nader Ibrahim (Conference Services). Pelo Ministério do Meio Ambiente participam Camila Neves Soares Olivereira, coordenadora geral, e Rodrigo Marcos da Costa Braga, Analista Ambiental.
Na tarde da quinta-feira (17) as equipes estiveram reunidas com o secretário adjunto da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Artur Falcette, e com a coordenadora de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da pasta, Ana Trevelin, para fazer o alinhamento final, encaminhamentos institucionais, definição sobre comunicação do evento e tratar da confecção de materiais e da organização em geral.
“É uma oportunidade muito importante para Mato Grosso do Sul. Teremos todos os holofotes voltados novamente ao nosso Estado, para que a gente possa não só demonstrar o que a estamos fazendo do ponto de vista das políticas de desenvolvimento do Meio Ambiente, mas também como atuamos e podemos atuar na captação de recurso para ampliação de programas de referência que o Estado, tem como os programas de pagamento por serviços ambientais”, pontuou Falcette.
A Semadesc é o ponto focal do Governo do Estado para a organização da COP15 Espécies Migratórias e desde novembro de 2024, quando a Campo Grande ainda era candidata a sediar a Convenção, vem participando de reuniões de alinhamento com o MMA e a ONU com objetivo de identificar as demandas, os locais apropriados para receber os delegados e as atividades que devem integrar os espaços conhecidos como Zona Azul e Zona Verde.
O anúncio de Campo Grande como sede da Convenção aconteceu em final de março. “Foi uma articulação conjunta do Governo do Estado com o Ministério do Meio Ambiente, que indicou o Mato Grosso do Sul para fazer a recepção do evento baseado nas políticas ambientais já estabelecidas em nosso Estado”, informou na época o secretário da Semadesc, Jaime Verruck.
O evento acontecerá entre 23 a 29 de março de 2026 em dois locais já pré-definidos: a Blue Zone (Zona Azul), onde os delegados dos países se reúnem para desenvolver a agenda oficial da Convenção, será no espaço de eventos Expo Bosque do shopping Bosque dos Ipês; e a Green Zone (Zona Verde), que concentra exposições, atividades culturais, praça de alimentação e outros atrativos será na Cidade Morena, área anexa ao Parque das Nações Indígenas.
A COP14 Espécies Migratórias ocorreu em Samarcanda, Uzbequistão, em fevereiro de 2024. A expectativa é de que o evento traga a Campo Grande um público estimado entre 4 a 5 mil pessoas. O Governo do Estado está mobilizado, através de diferentes órgãos, para oferecer a estrutura necessária e construir agendas cultural e turística que serão disponibilizadas aos visitantes.
Texto: João Prestes
Fotos: Mairinco de Pauda