O angico-de-bezerro é uma importante forrageira nativa do Nordeste brasileiro
Os acessos de angico-de-bezerro (Piptadenia moniliformis), catingueira (Caesalpinia bracteosa), canafístula (Senna spectabilis) e camaratuba (Cratylia argentea), quatro importantes forrageiras nativas para animais criados na Caatinga, bioma do Nordeste brasileiro, estão agora caracterizadas molecularmente. O estudo, que levou cerca de dois anos para ser concluído e envolveu três pesquisadores, amplia os conhecimentos sobre essas espécies do Banco de Germoplasma de Forrageiras Nativas da Embrapa Meio-Norte.
O pesquisador Paulo Sarmanho, que coordenou os trabalhos, ressalta a importância da Ação: “A diversidade genética de cada espécie foi identificada, e agora o Banco de Germoplasma de Forrageiras Nativas pode oferecer subsídios a futuros trabalhos de melhoramento genético. O objetivo do estudo foi cumprido”.
Importantes na alimentação dos animais em períodos de seca, principalmente em pequenas propriedades, essas espécies contribuem para manter viva a pecuária familiar no Nordeste. O angico-de-bezerro, além de ser uma leguminosa forrageira, é fonte de alimento também para as abelhas. A árvore chega a ter nove metros de altura, é rústica e tem rápido crescimento.
Com grande diversidade genética, a catingueira apresenta excelente potencial forrageiro e é um dos alimentos preferidos de bovinos, caprinos e ovinos. Entre as espécies nativas da Caatinga, segundo Paulo Sarmanho, ela tem grande performance em desenvolvimento, “cujas gemas brotam nas primeiras chuvas”, permitindo mais cedo o acesso dos animais à alimentação.
Utilizada também no setor madeireiro, a canafístula é rica em proteína bruta, minerais e extrato etéreo. Ela é um recurso estratégico mantido pelos produtores nordestinos para uso durante os longos períodos de seca, que já são uma marca da região. O estudo conduzido no Laboratório de Biologia Molecular da Embrapa Meio-Norte revelou que a espécie tem também grande diversidade genética.
Já a camaratuba é uma forrageira que se adapta bem a solos ácidos, é tolerante à seca, tem elevada retenção de folhas verdes e grande capacidade de rebrote durante o período seco. É uma forrageira de alta qualidade para enfrentar os longos períodos de estiagem. Da família Fabaceae, a Camaratuba é encontrada em países da América do Sul, como Brasil, Bolívia e Peru, por exemplo.
Liderado pela pesquisadora Liana Jank, da Embrapa Gado de Corte, esse trabalho é conduzido em rede nacional. Dois pesquisadores também foram importantes na caracterização molecular dessas espécies, trabalho pioneiro no País. Socorro Bona, hoje aposentada, implantou e gerenciou por um bom tempo o Banco de Germoplasma de Forrageiras Nativas da Unidade. Já Raimundo Bezerra Neto trabalhou nas avaliações agronômicas das quatro espécies.
Fernando Sinimbu (654 MTb/PI)
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