Devido às precipitações irregulares e a demora no início das chuvas, o plantio de soja em Goiás está atrasado e os produtores já relatam a necessidade do replantio.
Na região de Rio Verde (GO) as lavouras que foram semeadas logo após o fim do vazio sanitário precisarão ser replantadas por conta da falta de chuva. De acordo com o produtor rural, José Roberto Brucceli, “nunca houve tanto replantio como neste ano agrícola. Não são áreas grandes, mas quase todos os produtores precisaram replantar em pelo menos parte da propriedade”, explica.
Segundo a Aprosoja GO, devido à demora no início das chuvas, o plantio de soja atingiu apenas 60% da área em todo o estado, enquanto que na média dos últimos anos a semeadura estava em 80% neste mesmo período.
Outra preocupação é que esse atraso pode gerar perdas de produtividade nas lavouras. De acordo com levantamento da Associação em comparação à outros anos, o atraso maior ocorreu em parte do Sudoeste, principalmente nos arredores de Rio Verde.
Na região tradicionalmente o plantio é finalizado até 5 de novembro, mas nesta safra os produtores estão terminando os trabalhos de semeadura nesta semana. Com isso, Brucceli considera “que o município já teve ter perdido o potencial máximo de rendimento que é de 50 sacas por hectares”.
Neste sentido, as preocupações se voltam à remuneração, haja vista que a temporada foi de custos elevados por conta do câmbio, e agora os agricultores terão a despesas adicionais com o replantio.
Na região grande parte da safra foi negociada antecipadamente com preço médio de R$ 60,00/sc. Para Brucceli esse valor ainda conseguem cobrir os custo dentro de uma produção média de 45 a 50 sc/ha, mas deixa a margem dos produtores bastante ajustada.
Com o plantio de soja em andamento, há receio por parte dos produtores que o cultivo de milho safrinha fique comprometido. Na região de Rio Verde o atraso com relação à janela ideal já passa de 15 dias.
“Se as chuvas se prolongarem – já que não estão acontecendo agora – tudo bem, mas se elas cortarem no final de abril teremos uma safrinha problemática de novo”, explica o produtor.
Além disso, a expectativa é que com os custos mais elevados o cereal seja cultivado com menos tecnologia no próximo ano. “O adubo está 35% mais caro que o ano passado, já o paraquat está 64% maior, o glifosato 66% e a atrazina 40% mais elevado que na temporada anterior”, destaca Brucceli.