Dia 28 de setembro é comemorado o Dia Mundial de luta contra a Raiva. Em Campo Grande o evento será realizado pelo Centro de Controle de Zoonoses-CCZ/SESAU com apoio de diversos parceiros, entre eles a Iagro, acontece na praça Ary Coelho.
O evento contará com apresentações, orientações quanto a profilaxia da raiva, posse responsável, vacinação de cães e gatos contra essa terrível zoonose e feira de adoção.
A Raiva é uma enfermidade que acomete o Sistema Nervoso Central dos mamíferos levando à morte em quase 100% dos casos. Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), morrem aproximadamente 60.000 pessoas por ano no Mundo por conta desta zoonose. Desse montante, em torno de 95% dos casos foram adquiridos através de agressões por cães, sendo que as crianças são a categoria mais afetada nos países em desenvolvimento. A ocorrência se dá no meio Rural e no Urbano.
CICLO RURAL: a transmissão ocorre entre os morcegos, geralmente morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue). Quando estes estão contaminados com o vírus, transmitem aos animais dos quais estão se alimentando (bovinos, equinos, ovinos, caprinos), sendo que estes contraem a enfermidade e começam a apresentar os sinais clínicos entre 30 e 60 dias após a contaminação. Nesses casos, toda vez que os moradores da área rural encontrarem os animais com perda de apetite, salivação, andar cambaleante, não consegue se alimentar nem se movimentar e vem a óbito entre 3 e 7 dias após; possuirem animais com sugadura por morcegos hematófagos e/ou tiverem conhecimento de abrigos com morcegos, comunicarem a Unidade Veterinária da IAGRO mais próxima e não manusearem estes animais. Vale lembrar que quando os morcegos não encontram os animais podem sim sugar os humanos.Portanto, em casos de sugadura ou contato com animais com sintomatologia compatível com raiva, a pessoa deve procurar imediatamente o Posto de Saúde mais próximo.
CICLO URBANO: é muito mais preocupante, pois os principais transmissores (cães, gatos e morcegos) estão em íntimo contato com o Homem, aumentando assim a possibilidade de contaminação ao ser humano. Nos cães e/ou gatos a transmissão ocorre entre eles e por estarem próximos ao Homem podem agredi-lo e transmitir o vírus. Já nos morcegos assim como nos cães a transmissão ocorre entre estes. Quando estes estão contaminados e saem para se alimentarem (geralmente espécies que se alimentam de insetos e frutas, ou seja, não hematófagos), não conseguem retornar ao seu abrigo e são encontrados durante o dia nas casas/apartamentos ou quintais e que se forem manipulados pela população ou animais (cães e gatos) podem transmitir a doença. Portanto quando seu cão ou gato estiver com alteração do comportamento, salivação, agressividade, ou encontrar qualquer morcego durante o dia na sua residência, procurar o Centro de Controle de Zoonoses ou Vigilância Sanitária de seu município.
Por Fabio Shiroma de Araujo – Coordenação do PNCRH/PNEEB – IAGRO/DDSA