Convênio assinado nesta segunda-feira (20) pelo Governo do Estado, por meio da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar); SES (Secretaria de Saúde) e Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) com a Fiocruz, no valor de R$ 14,854 milhões permitirá a instalação de uma Plataforma de Pesquisa Científica da Fiocruz em Mato Grosso do Sul.
O espaço de ensaios clínicos será usado para o desenvolvimento de novos insumos, como medicamentos e vacinas, e até mesmo para novas aplicações de remédios já existentes. O documento foi assinado pelo governador Reinaldo Azambuja com a presidente da Fiocruz, Nisia Trindade Lima, em um evento no Bioparque Pantanal.
“Hoje nós demos mais um grande passo na ciência sul-mato-grossense, por meio da Fundect e da Semagro, que é a secretaria responsável pela ciência e tecnologia no Estado. Nós assinamos com a Fiocruz um projeto para tratar da questão da pesquisa clínica em Mato Grosso do Sul. Nós ouvimos lá que muito já foi feito, mas nosso Estado agora entra também nesse rol através da Fiocruz local. Na implementação da pesquisa clínica através de uma estruturação física e de projetos de pesquisa com equipes de renome nacional”, comenta o secretário Jaime Verruck.
O titular da Semagro lembra do trabalho do Governo do Estado para incentivar projetos de pesquisa, ciência, inovação e tecnologia, como o conselho de startup, que financia diretamente as empresas. “Temos uma forte atuação com os institutos e fundações, como o Instituto Senai de Biomassa, com a Embrapi de Mato Grosso do Sul, além de todos os projetos que de apoio à universidade e principalmente de apoio a bolsistas. Mato Grosso do Sul tem hoje uma das maiores coberturas de bolsa para mestrado e doutorado”, afirma.
O secretário adjunto da Semagro, Ricardo Senna, que preside o Conselho Superior da Fundect, reforça que “todo esse conjunto de atividades tem permitido que a Ciência e Tecnologia e a Inovação em Mato Grosso do Sul avancem dentro de uma diretriz estratégica muito clara do Governo do Estado, que é o desenvolvimento sustentável. Hoje fechamos essa grande parceria com a Fiocruz com a presença de toda a diretoria mostrando que também na pesquisa clínica Mato Grosso do Sul começa a se tornar uma referência”.
Detalhamento do projeto
Medindo de 2,5 mil a 3 mil metros quadrados, o novo prédio será erguido ao lado do Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública), em Campo Grande. O prazo para construção e execução é de 12 meses. Os recursos são do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundect (Fundação de Ciência e Tecnologia).
Em seu discurso, Reinaldo Azambuja voltou a defender a ciência para proteger a saúde e proporcionar um futuro melhor às pessoas. “Eu tenho certeza de que toda essa equipe vai desenvolver pesquisas importantes para Mato Grosso do Sul, para o Brasil e o mundo. Por isso que o nosso governo é o que mais investiu em ciência e tecnologia de todos os governos que passaram por Mato Grosso do Sul porque, realmente, a gente acredita nisso. Sabemos que investir em ciência, tecnologia e inovação é investir em um futuro melhor para gerações, para a nossa população, em todas as áreas”, disse.
De acordo com a presidente da Fiocruz, a Plataforma de Pesquisa Científica vai beneficiar a população com pesquisas para desenvolver insumos que abastecerão o Sistema Único de Saúde. “Essa Plataforma de Pesquisa Clínica criada nesse momento, a partir do convênio com o Estado de Mato Grosso do Sul é de grande importância para a Fiocruz mas, sobretudo, para o Sistema Único de Saúde, para o Brasil. Essa importância se dá no reforço à pesquisa clínica de novos medicamentos, vacinas, testes diagnósticos que terão aqui, consolidando assim toda uma trajetória de pesquisa, com especial ênfase na pesquisa clínica já realizada pela Fiocruz no Estado e vai permitir com que se faça uma avaliação de novas drogas ou até mesmo de novas utilizações de drogas já conhecidas para a população através do SUS”, declarou.
A Fiocruz é a mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina. Para o secretário de Estado de Saúde, Flavio Britto, o investimento mostra a importância da ciência, tecnologia e inovação para Mato Grosso do Sul. “O governador Reinaldo Azambuja sempre apoiou de forma incondicional a ciência. Ao assinar esse convênio, está dizendo ao Brasil que a ciência é muito importante”.
Já o infectologista Julio Croda explicou a importância das pesquisas clínicas. “O que é essa pesquisa clínica? É a pesquisa com seres humanos na fase final de desenvolvimento de drogas, vacinas e novos tratamentos. Isso é muito importante porque vai colocar o Estado no cenário de captar recursos internacionais, principalmente, para o desenvolvimento de novas terapias. Além dessa captação de recurso que vem para o Estado, que emprega famílias, que gera conhecimento, artigo publicado, ciência, essa plataforma vai beneficiar os sujeitos da pesquisa, os indivíduos que participam da pesquisa”, disse.
E o diretor-presidente da Fundect, Márcio de Araújo Pereira, destacou o trabalho da Fiocruz no combate ao vírus da Covid-19 e a importância dos investimentos do Estado de Mato Grosso do Sul em ciência e tecnologia. “Sou grato por estar na Fundect com investimentos que vão desde a iniciação, com bolsas científicas, até pesquisas do mais alto nível”.
Dose fracionada de vacina
Durante o evento, a vice-presidente do Sabin Vaccine Institute, pesquisadora Denise Garrett, lançou o Ensaio Clínico Fract-cov. O estudo vai avaliar o uso de dose fracionada de vacinas contra Covid-19 para buscar um equilíbrio entre eficácia e efeitos colaterais.
Participaram do evento no Bioparque ainda os secretários Eduardo Romero (Cidadania e Cultura); a secretária adjunta Crhistinne Maymone (Saúde); ex-secretário de Saúde Geraldo Resende; e o infectologista Ricardo Venâncio, entre outras autoridades.
Com informações de Paulo Fernandes, Subcom
Fotos: Marcelo Armôa, Semagro