Campo Grande (MS) – O setor produtivo de Mato Grosso do Sul, representado pela Fiems, Semagro, Fecomércio/MS, Famasul, Sebrae/MS e outras entidades, reativou o CMC (Comitê de Monitoramento de Crise) na segunda-feira (16), para alinhar as ações de prevenção ao novo coronavírus (Covid-19) e discutir os impactos da pandemia na economia do Estado.
Criado em 2008, o CMC busca municiar o setor produtivo sul-mato-grossense com informações sobre os efeitos de crises econômicas e tem como objetivo acompanhar os principais indicadores econômicos nacionais e estaduais, propondo uma agenda positiva de ações para minimizar os impactos na economia estadual e fortalecer a ação das instituições.
Além dos representantes do setor produtivo estadual, a reunião realizada no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande (MS), contou com a presença dos secretários estaduais Eduardo Riedel (Governo e Gestão Estratégica) e Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e do presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Paulo Corrêa.
Para o presidente da Fiems, Sérgio Longen, além da preocupação com a questão da saúde e a disponibilidade de leitos hospitalares para todos os infectados, levantamento do Radar Industrial apontou uma perda de R$ 23 milhões a R$ 70 milhões no PIB (Produto Interno Bruto) de Mato Grosso do Sul por dia útil de restrição, considerando desde o cenário mais moderado ao mais severo.
Titular da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), o secretário Jaime Verruck afirma que o Estado tem que assumir a posição de liderança, mas não resolve a situação sozinho. “É extremamente importante que todos comecem a acompanhar e monitorar a expansão do coronavírus. Queremos inserir a sociedade civil e o setor produtivo junto com o Governo do Estado nas ações de combate à doença”.
O secretário Eduardo Riedel destacou que o Governo do Estado tem feito um monitoramento por meio da Secretaria Estadual de Saúde de todos os exames realizados, casos suspeitos e confirmados, além da divulgação diário ode um boletim sempre às 16 horas.
“É muito importante essa reunião do CMC porque essa é uma questão de todos nós. É do cidadão, é da indústria, é do comércio, é da agropecuária, dos setores econômicos. E a gente tem de fazer uma grande mobilização em Mato Grosso do Sul com as medidas necessárias para que a gente tenha efetividade nas ações e consiga bloquear uma escalada de contaminação natural vendo os dados mundo a fora”, declarou.
Para ele, a convocação do CMC é importante para envolver diversos setores em busca de soluções junto ao Governo. “Foi também interessante que o Governo do Estado pudesse estar presente para ver as ações que as empresas já estão tomando e isso nos ajuda a acompanhar esse movimento e tomar atitudes, como campanhas de conscientização da população, ações da questão tributária. Penso que busquemos todas as ações para amenização de uma crise que é de saúde, é social e é econômica”, completou.
Já o presidente da Assembleia Legislativa ressaltou que o momento é de preocupação e de alerta. “A situação é séria, mas não podemos gerar pânico, porque além da questão de saúde, essa pandemia afeta toda a economia mundial, nacional e estadual. Mas acho importante frisarmos que a Assembleia Legislativa vai contribuir com o Governo do Estado para que possam ser feitas compras de itens de saúde em regime emergencial, ou seja, sem a necessidade de licitação para salvar vidas”, comentou.
O presidente da Amas (Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados), Edmilson Jonas Veratti, destacou que o segmento está realizando protocolos de higienização. “Está em nossas mãos agora ensinar as pessoas, tanto nossos clientes, como a nossa equipe, de como se prevenir. Toda equipe está sendo orientada a ficar uma distância certa do consumidor, a ir com maior frequência ao banheiro para lavar mãos, olhos, nariz, boca. São campanhas de prevenção que nesse sentido de higiene e cuidados para não transmitir o vírus”, reforçou.
Já o diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, João Resende Filho, pontuou a dificuldade de uma maior efetivação na higienização dos ônibus do transporte coletivo urbano em razão do grande fluxo de pessoas. “Não podemos dizer que é impossível, mas é inviável garantir que os corrimãos e todo o veículo estejam totalmente higienizado a cada passageiro que entra e a cada um que sai. É preciso conscientizar o cidadão para que ele faça a sua parte, lavando as mãos frequentemente, levando o seu álcool em gel para garantir sua segurança e evitando aglomeração, sair quando for extremamente necessário”, finalizou.
Texto: Priscilla Peres, com informações da Fiems