Com crescimento de 436% na área de floresta plantada em 14 anos, Mato Grosso do Sul tem hoje perto de 1,5 milhão de hectares cultivados de eucalipto. O Estado tem quatro municípios entre os cinco maiores produtores de eucalipto do Brasil, e investimentos de mais de R$ 50 bilhões no setor industrial e florestal. Isso referencia MS como o Vale da Celulose que já detém em suas terras, gigantes do setor como Eldorado (Três Lagoas), Suzano (Ribas do Rio Pardo) e a Arauco, que será instalada em Inocência.
Toda essa grandeza do segmento e os desafios que o Governo têm pela frente, foram apresentados hoje (20) pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) Jaime Verruck, que realizou palestra de abertura do evento “Florestas 360º” sobre o “Vale da Celulose – Potencialidades e Cenários”, que reúne profissionais do setor florestal do Centro-Oeste e de outros estados como São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O encontro está sendo realizado no Bioparque Pantanal e contou com a presença do governador do Estado, Eduardo Riedel.
A cadeia produtiva florestal gera mais de 14,9 mil empregos diretos e 12 mil indiretos no Estado, sendo o primeiro em exportação de celulose e o segundo em produção. Em julho de 2024 a Suzano iniciou a operação da sua nova Fábrica em Ribas do Rio Pardo, sendo a maior indústria de celulose de linha única do mundo. Nos 13 municípios do Vale da Celulose estão aproximadamente 1,35 milhão de hectares de eucalipto, 93% da produção estadual.
O MS é 1º estado em produção de madeira em tora para papel e celulose e responde por 24% da produção nacional de celulose (aproximadamente 5,5 milhões de toneladas/ano).
Durante sua apresentação, o secretário da Semadesc Jaime Verruck também destacou as metas do Estado para se tornar uma potência mundial na produção e destino de grandes empreendimentos. “Nós queremos no futuro ser um Estado próspero. Então nós vamos fazer todo esforço para continuar crescendo acima da média nacional. Nosso indicador de prosperidade é o Produto Interno Bruto, que nós continuássemos a ser um estado sustentável, e aí nós temos uma meta de Estado Carbono Neutro 2030. Então todas as nossas políticas públicas, elas têm a questão da sustentabilidade inserida. Que fossemos um Estado Digital e em todas as nossas ações, nós queremos cada vez mais que o nosso cidadão acesse o poder público”, salientou o secretário.
Verruck detalhou o PROFLORESTA, Plano Estadual de Desenvolvimento do setor florestal que prevê a consolidação da cadeia produtiva de papel e celulose; ampliação e diversificação da base florestal; diversificação da matriz econômica e estabelecimento de uma base industrial competitiva.
Além disso, o secretário apresentou aos participantes a política do Estado Carbono Neutro, alinhado aos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, preservação da biodiversidade, implantação da política de mudanças climáticas e o Plano Estadual de Transição Energética.
“Esta é uma oportunidade de mostrarmos o nosso setor florestal. MS já tem uma pauta de exportações robusta de celulose com 23% de participação da indústria. Então hoje discutimos também os desafios: da moradia, da qualificação da mão de obra, e principalmente o horizonte de novos investimentos”, acrescentou.
Facilitador
No evento, o governador Eduardo Riedel destacou que o papel do Estado é ser um “facilitador” para criar um bom ambiente de negócios, que tenha segurança jurídica e desburocratização. Ele citou ainda a importância dos investimentos em logística, infraestrutura, habitação e qualificação profissional.
“O setor (florestal) cresceu de forma impressionante nos últimos 20 anos, consequência de uma visão empresarial e trabalho árduo. Cabe ao Estado ser um facilitador, dando prioridade a um bom ambiente de negócios e assim garantir ao empresário um governo descomplicado, desburocratizado, dando competitividade ao segmento”, afirmou o governador.
Riedel mencionou a necessidade de buscar soluções para os desafios do crescimento, devido os grandes investimentos privados. “Temos o desafio da infraestrutura, logística, com estradas, rodovias e ferrovias, assim como a formação de mão de obra, devido a baixa qualificação. Ainda tem o desafio da habitação para quem vem de fora trabalhar aqui. Faremos de tudo para as coisas acontecerem no Estado”.
Encontro
O evento Florestas 360° destaca-se como o encontro do setor florestal do Centro-Oeste, e conta com a participação de profissionais do segmento para discutir os desafios e as novas oportunidades, tendo a participação de palestrantes e especialistas tanto da iniciativa privada, como do setor público. O evento contou com a presença dos secretários de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, César Alberto Miranda Lima dos Santos Costa e de Agricultura e Pecuária de Goiás, Pedro Rezende.
Serão dois dias de evento no Bioparque Pantanal, em Campo Grande, com temáticas importantes, entre elas o potencial do setor no Centro-Oeste, expansão do mercado, projetos que já estão instalados, biomassa, mercado de carvão vegetal, mão de obra e desafios do setor florestal.
“Serão dias de trabalho de bastante intensidade, com uma programação objetiva, que vai discutir vários temas importantes do setor. O sentimento é de acolhimento aqui no Mato Grosso do Sul, que é um estado pró-negócios e pró-setor. Temos certeza que vai ser bem produtivo nosso encontro”, afirmou Ricardo Malinoviski, que é o CEO da empresa Malinoviski, organizadora do evento.
Rosana Siqueira, com informações da Comunicação do Governo de MS
Fotos – Mairinco de Pauda