O trabalho de combate aos incêndios florestais no Pantanal, em Mato Grosso do Sul, está concentrado em três regiões onde o fogo atinge grandes proporções. A atuação dos militares do Corpo de Bombeiros ocorre principalmente na região norte próximo da divisa com o Mato Grosso – conhecida como Pantanal do Paiaguás -, outra frente de trabalho está localizada na região do Passo do Lontra e o terceiro ponto é na região do Rio Negro.
No início da semana, uma reunião entre representantes do Governo do Estado traçou estratégias para o combate a grandes incêndios florestais, entre as medidas foi definido o acionamento de aeronaves para apoio logístico e também aeronaves específicas de combate a incêndios florestais.
Três aeronaves apoiam o trabalho de combate às chamas, duas delas ‘air tractor’ que transporta até 3 mil litros de água para áreas de difícil acesso, que atuam no Paiaguás e no Rio Negro (onde já foram queimados mais de 85 mil hectares).
“Nessa região do Rio Negro, devido as condições climáticas extremas, está sendo realizado o combate direto e também indireto as chamas. Com a criação de aceiros, que são faixas de terra onde é feita a retirada do material vegetal para impedir a continuidade do incêndio. E também a técnica de usar o “fogo-contra-fogo” com o intuito de suprimir a vegetação que seria queimada acabando com o combustível necessário para a continuidade do incêndio florestal”, explicou a tenente-coronel Tatiane Inoue, chefe do CPA (Centro de Proteção Ambiental), que realiza o monitoramento dos incêndios florestais no Estado e coordenadora da Operação Pantanal 2023.
Com altas temperaturas e sem previsão de chuvas significativas, algumas áreas do Pantanal registram 46°C e ventos que ultrapassam 50 km/h o que contribui para propagação as chamas e torna o trabalho de controle e extinção um desafio para o Corpo de Bombeiros.
O incêndio na região do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, como demonstram os satélites do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) na animação acima, começou em áreas particulares localizadas a noroeste da unidade de conservação. “O Estado vai investigar se seu início se deu por causas naturais ou se é resultado de alguma ação criminosa”, disse o secretário executivo de Meio Ambiente da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Artur Falcete.
Dentro do parque – o único que sofreu com incêndio florestal este ano – os focos estão controlados. “As ações preventivas, inclusive a queima controlada, realizadas antes do período típico de incêndios, foram positivas. Agora estamos reforçando o trabalho dentro das unidades de conservação, com material de combate, aceiros. É um período de estiagem fora de época e com a onda de calor intensa”, explicou Leonardo Tostes Palma, gerente de Unidades de Conservação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).
O Imasul vai acionar a perícia para verificar o ponto de origem e as possíveis causas do incêndio que atingiu a área. “O fogo passou pelo parque e há pequenos focos de calor ativos. Temos pelo menos três aeronaves de combate a incêndios na região, e dois caminhões específicos para o transporte de água em terrenos de difícil acesso, na região do parque e estrada Parque Pantanal”, disse Palma.
Natalia Yahn, Comunicação Governo de MS
Fotos: CPA/CBMMS