As Estações Meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia e do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS, vinculado à Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), apresentaram chuvas acima da média histórica para 14 localidades no mês de abril de 2019.
O município de Bela Vista, a leste da Campo Grande, foi a localidade onde mais choveu em Mato Grosso do Sul. Foram 222,40 milímetros de chuvas no período, 132,15 milímetros acima dos 95,8 milímetros que eram esperados. Em segundo, aparece Costa Rica com 222,60 mm, ultrapassando em 132,36% o histórico de chuvas do município. Chapadão do Sul, na mesma região, registrou 93,73 % do índice esperado de 108,40 milímetros, ou seja, choveu 210 mm no mês de abril. E em quarta posição Água Clara também na região leste do MS, com 98,61 % acima das chuvas históricas (86,30 mm).
As Estações Meteorológicas da Fazenda Nhumirim/ Embrapa registraram 132,40 mm. Já em Miranda, o volume de chuvas foi de 135,4 milímetros de chuvas, ultrapassando os históricos em 60,20 milímetros e 55,79 mm, respectivamente.
As chuvas também ficaram acima das médias históricas nos municípios de Cassilândia e São Gabriel d’Oeste, mas abaixo dos 50% esperado, ou seja, Cassilândia registrou chuvas que atingiram 129,80 milímetros e São Gabriel D’Oeste 120,20 milímetros. As médias históricas esperadas para os municípios é de 88,60 milímetros para Cassilândia e 92,10 milímetros para São Gabriel Doeste.
O Pantanal também recebeu chuvas generosas neste abril de 2019. Corumbá registrou 106,20 milímetros sendo o histórico de 82,90 milímetros, resultando em chuvas acima da média. O município que registrou menor índice de chuvas acima da média histórica foi Selviria (2, 86 %) na região leste do Estado.
Em Bela Vista foi registrado o maior índice pluviométrico (232 milímetros), enquanto o menor ocorreu em Amambai e Sonora onde não foram registradas chuvas em abril de 2019.
Mesmo com abril considerado chuvoso para maioria dos municípios do Estado, os dados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos mostraram que abril/2019 teve chuva abaixo da média nas principais regiões produtoras do Estado como mostra o mapa (ao lado).
Segundo, análise do coordenador do Guia Clima da Embrapa/Oeste, Carlos Ricardo Fietz, na região produtora de grãos da Grande Dourados, a chuva foi de apenas 50 mm em abril de 2019, 45% da média histórica do mês, 110 mm para o município de Dourados. Houve somente seis dias chuvosos e a maior chuva ocorreu em 21 de abril, 28 milímetros.
No entanto, houve grande variação no volume de chuvas na região sul de Mato Grosso do Sul. Com base nos registros das estações meteorológicas da Embrapa (Dourados, Rio Brilhante e Ivinhema) e do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), pode-se observar esse comportamento: Bela Vista (232 mm), Ponta Porã (167,80 mm), Juti (146,40 mm), Jardim (128,20 mm), Sete Quedas (116,20 mm), Campo Grande (104,40 mm), Rio Brilhante (58,80 mm), Ivinhema (62 mm) e Maracaju (68,60 mm).
No entanto, essa condição de tempo não afetou o desenvolvimento das lavouras, pelo contrário, a boa evolução das lavouras fez com que houvesse aumento nos estoques internos, e, consequentemente, provocasse leve queda nos preços de negociação dos produtos, de acordo com dados da Famasul.
Mesmo com a estiagem que provocou queda na produtividade da soja neste ano safra 2018/2019, as comercializações das oleaginosas no mercado interno teve valorização na última semana de abril, conforme levantamento realizado pela Granos Corretora.
Assim, Mato Grosso do Sul já havia comercializou 58,82% da safra de soja 2018/19. No mercado externo houve desvalorização da soja na última semana de abril com retração de aproximadamente 3,25%. Essa desvalorização do preço da saca no mercado externo está relacionada a demanda mais lenta neste momento em razão da peste suína africana na China, maior compradora de soja em escala mundial e os impasses comerciais entre EUA e China.
Já o milho teve desvalorização no preço da saca do milho na última semana de abril em Mato Grosso do Sul. O cereal encerrou o período negociado a R$ 23,69, retração de 8,89%. De acordo com a Famasul, dentre as praças pesquisadas Ponta Porã teve a maior desvalorização no período em 11,11% com a saca cotada a R$ 24,00.
Texto: Marcia Brambilla – CEMTEC