População pode demandar cerca de 9,6 milhões de toneladas de carne de frango a mais do que no ano passado
Destacada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, Piracicaba/SP) como o setor com cenário mais positivo para este ano, a avicultura é conduzida pela possibilidade de preços ainda elevados da carne bovina e por projeções de baixo crescimento da economia brasileira, o que resulta na procura de proteínas mais baratas.
Segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os brasileiros podem demandar cerca de 9,6 milhões de toneladas de carne de frango, 260 mil toneladas a mais que o projetado para 2015, de 9,34 milhões de toneladas. A produção interna, por sua vez, deve aumentar em 500 mil toneladas, para 13,5 milhões de toneladas.
Por isso, a avicultura brasileira deve manter as suas apostas no mercado internacional – a depender do câmbio, a tendência é que siga competitivo. Segundo o relatório Focus, do Banco Central, o dólar pode ter média acima de R$ 4,00 em 2016. As exportações brasileiras de carne de frango devem crescer 3,7% em 2016 ou o correspondente a 14 mil toneladas, em relação à quantidade estimada para 2015, atingindo 3,88 milhões de toneladas.
Para a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA, São Paulo/SP), o incremento das vendas externas deve ser entre 3% e 5%, em linha com o aumento de produção esperado no País. As maiores apostas para 2016 são México e China, que habilitaram novos frigoríficos brasileiros a exportar carne de frango ao longo deste ano. Também há expectativa de abertura dos mercados de Taiwan e Camboja para o produto nacional.
Recuperados dos problemas com influenza aviária, os norte-americanos se posicionam como um dos principais competidores no setor, e devem retomar as vendas externas com mais intensidade. As novas configurações político-econômicas entre as nações também são alvo de atenção dos produtores, como é o caso do Tratado Transpacífico, acordo comercial firmado em outubro entre o Japão, Estados Unidos e mais dez países para facilitar as transações entre eles.
O desafio de lidar com os custos elevados continua, especialmente aqueles relacionados à nutrição animal. Com a possibilidade de dólar alto frente ao Real, os preços do milho e do farelo de soja podem se manter elevados, além do que continuariam pesados os gastos com importação de outros itens. No Brasil, a maior parte da produção de frango é integrada e, nesses arranjos, os desembolsos com insumos que compõem a ração ficam a cargo das agroindústrias. Ao avicultor integrado, pesam principalmente gastos com energia elétrica e mão de obra.
Fonte: Cepea, adaptado pela equipe feed&food.