CNA propõe aumento de limites e novas linhas de crédito destinadas a pequenos e médios produtores. Foto: Diuvlgação
A Comissão Nacional dos Empreendedores Familiares Rurais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) deve apresentar, ao governo federal, uma proposta para ampliação de limites de renda e criação de uma nova linha de crédito para pequenos e médios produtores.
Atualmente, o limite de renda bruta para ser enquadrado no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) é de até R$ 360 mil ao ano. Nesse caso, a Confederação propõe o aumento para R$ 420 mil.
Para se adequar ao Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), a renda bruta é de até R$ 1,76 milhão pelo mesmo período. Nessa situação, a CNA sugere que o valor suba para R$ 2 milhões. Ainda indica a criação de uma nova linha de crédito no valor de R$ 1,5 milhão ao ano.
“Há uma lacuna de produtores que possuem renda acima de R$ 360 mil, mas que não têm interesse em acessar o Pronamp e, sim, o Pronaf, devido às elevadas taxas de juros de 8,5%”, afirmou o assessor técnico da CNA Jonas Jochims, em nota à imprensa.
ANÁLISE DA SNA
Diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) e sócio-diretor das empresas Agrometrika e Agrosecurity, o analista de mercado Fernando Pimentel explica que, “considerando uma margem média em torno de 15%, para o setor de hortifrútis (HF), que é o mais comum para o Pronaf, estamos falando de uma renda anual de R$ 4,5 mil ao mês, no valor antigo, e de R$ 5,2 mil mensal, levando em conta a nova quantia”.
“Nesse caso, é justa a proposta de juros diferenciados, haja vista que esse valor inclui o risco de problemas de preços agrícolas e, eventualmente, perdas de safras nos casos não cobertos”, comenta o analista de mercado, que é especialista em crédito/financiamento e seguro rural.
As taxas do Pronamp são de 8,5% ao mês e as do Pronaf podem variar de 2,5% a 5,5%, dependendo do número de operações de custeio .
No caso do Pronamp, continua Pimentel, “já encontramos muitos produtores que cultivam commodities – tais como café, soja, milho e feijão –, cujas margens são ainda mais apertadas, sobretudo para os arrendatários”.
“Os valores são representativos de produtores médios em boa parte do país, excluindo o Cerrado, onde essa cifra se aplicaria aos pequenos. Acredito que, para a região do Cerrado, o Pronamp devia ser no limite de R$ 3 milhões, porque as áreas daquela localidade são mais extensas, no entanto, a margem é mais apertada ainda, por causa da logística ruim”, avalia o diretor da SNA.
PRONAF E PRONAMP
De acordo com a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, vinculada à Casa Civil, o Pronaf financia projetos individuais e/ou coletivos, que gerem renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária. Oferece as mais baixas taxas de juros dentre os financiamentos agropecuárias existentes no Brasil, além das menores taxas de inadimplência entre os sistemas de crédito do país.
Por meio deste programa, o agricultor pode buscar crédito para o custeio da safra e/ou atividade agroindustrial, para investir em máquinas, equipamentos e/ou infraestrutura de produção e serviços agropecuários ou não agropecuários. Para mais detalhes, acesse http://ow.ly/2J9Z309U8dQ (link encurtado). Já o Pronamp oferece crédito aos pequenos e médios produtores, para as mesmas finalidades.