Após a live semanal realizada nesta quinta-feira (1º), com a atualização dos dados da operação de combate aos incêndios florestais no Pantanal, o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) fez um alerta a toda população de Mato Grosso do Sul.
“O mês de agosto é o mais crítico do ano, quando geralmente cresce o número de incêndios florestais, pois temos pouquíssima possibilidade de chuvas. Nós estamos iniciando um mês extremamente crítico. Por isso, não coloquem fogo em nada. Na limpeza de fundo de quintal, nada de queimar folha e outras práticas. O risco desse fogo expandir e se transformar em um incêndio florestal é muito grande”, afirmou.
Durante a transmissão do Governo do Estado foi informado que, do início de 2024 até 30 de julho, a área queimada no Pantanal de Mato Grosso do Sul chega a 690 mil hectares, extensão 74,1% maior em relação ao mesmo período de 2020, quando foram queimados 396,6 mil hectares. Os números são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
“Nós estamos fazendo um reforço no âmbito do Pantanal, lembrando que na última semana foram queimados mais de 67 mil hectares. Isso é preocupante, nós estamos com quase 700 mil hectares já queimados no Pantanal. Em Corumbá, o governador Eduardo Riedel lembrou uma situação importante. Se nós não tivéssemos essa ação do Ministério da Defesa, com o PrevFogo, o Ibama e toda a estrutura do país hoje disponível para o combate aos incêndios florestais, esse número provavelmente seria mais do que o dobro”, acrescentou o secretário Jaime Verruck.
Manejo Integrado do Fogo
Na quarta-feira (31), o governador Eduardo Riedel acompanhou o presidente Lula e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em Corumbá, no ato de sanção da lei aprovada pelo Congresso Nacional que instituiu a Política Nacional de Manejo Integrado de Fogo. “É importante que as pessoas entendam o que nós tratamos quando a gente fala em manejo integrado do fogo. O objetivo dessa política é exatamente o de reduzir o número de incêndios florestais no Brasil, através de mecanismos de queima prescrita por meio da identificação de locais aonde é necessário realizar a queima antes do período crítico de incêndios. Nós temos uma recorrência em alguns lugares que, todo ano, registram incêndios florestais. A ideia, através dessa legislação, é conseguir fazer essa queima antecipada. É a utilização do fogo para combater incêndios florestais”, comentou o secretário.
De acordo com o titular da Semadesc “em Mato Grosso do Sul, já temos essa política. Nós somos pioneiros em instituir o Programa Estadual de Manejo Integrado de Fogo, que nasceu da experiência dos indígenas, das experiências dos pantaneiros. Então, a partir desse momento, onde a gente cria a situação do incêndio florestal, da queima controlada, da queima prescrita, acredito que nós avançamos. E nós esperamos que, através desse Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo, nós tenhamos uma alocação adequada de recursos todo ano”.
O secretário Jaime Verruck aponta que, com a implementação da Política Nacional do MIF, devem ser alocados recursos para capacitação do Corpo de Bombeiros, do Ibama, do Sistema PrevFogo, do Sistema de Voluntários e dos produtores rurais. “Ela agrega à política estadual uma ação que nós já vínhamos desenvolvendo”, finalizou.
Marcelo Armôa, Semadesc