O produto deve chegar ao mercado em cinco anos. Conforme afirma o responsável pelo laboratório de Engenharia Genética da Embrapa, Francisco Aragão, uma lei federal de 2004 obriga as indústrias alimentícias a adicionarem ácido fólico e ferro à farinha.
O problema é que devido às mudanças na alimentação da população, com redução de massas e carboidratos, há riscos de déficit da vitamina no organismo. Como reflexo, muitas pessoas têm recorrido aos comprimidos.
“O feijão é um alimento comum na alimentação do brasileiro e do mexicano. Se conseguirmos inserir ácido fólico por meio dele, melhor”, garante.
A pesquisadora Rocío de La Garza, de Monterrey, comenta que as pesquisas estão avançadas. “Já conseguimos plantas com até 75% mais ácido fólico”, adianta.
Em grávidas, a falta da vitamina pode causar má formação do bebê. Em adultos, a deficiência pode intensificar o surgimento de depressão e estresse e dificultar a cicatrização.
Trajetória
Aragão explica que o projeto teve início com a equipe do Instituto Tecnológico de Monterrey. O objetivo inicial era melhorar a intensidade de ácido fólico em tomates. “O problema é que a concentração da vitamina caía quando o vegetal era colhido. Daí, eles passaram para o feijão”, diz. Como o grupo da Embrapa é o único no mundo especialista em genética de feijão, a equipe foi procurada.
A técnica utilizada para aumentar os nutrientes do feijão é similar à realizada com alface, vegetal cuja manipulação genética é dominada pela Embrapa. “Hoje, conseguimos alfaces com até 15 vezes mais ácido fólico do que as comuns”, diz. Comer essa alface na salada supre 85% das necessidades diárias da vitamina.
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