O município de Paranaíba e toda região do Bolsão recebem um importante empreendimento muito aguardado há anos e com potencial de gerar pelo menos 1,2 mil empregos diretos e indiretos em médio prazo. A Usina Cedro, empreendimento do Grupo paulista Pedra Agroindustrial, iniciou as atividades no mês de agosto passado, mas a solenidade formal de inauguração aconteceu nessa sexta-feira (12) e levou a Paranaíba as principais lideranças políticas e do setor sucroenergético do Estado, marcando o fim de uma longa espera e a concretização de um antigo sonho pelo qual lutaram muitas lideranças do município.
Participaram da inauguração da Usina Cedro, o governador Eduardo Riedel, a senadora Tereza Cristina Corrêa da Costa; os deputados federais Beto Pereira e Dagoberto Nogueira; os deputados estaduais Gerson Claro (presidente da Assembleia Legislativa) e Paulo Corrêa; e os prefeitos de Paranaíba, Maycon Douglas, e de Cassilândia, Rodrigo Freitas, além de vereadores, empresários e demais convidados. O Grupo Pedra esteve representado na cerimônia pelo diretor superintendente Luiz Roberto Kaysel Cruz; pelos diretores Agrícola Sérgio Luiz Selegato, Industrial Alexandre de Paula Menezes; e pelo diretor de Parceria e Fornecedores, Alexandre de Paula Menezes. Dois nomes representativos do setor apontavam a importância do empreendimento: o CEO da União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bionergia, Evandro Gussi; e o diretor presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), Amauri Peckelmann.
A Usina Cedro, localizada no Distrito Vila Raimundo, distante 41 quilômetros de Paranaíba, finaliza com êxito o antigo projeto iniciado em 2012 com o nome de Orbi Bioenergia, pertencente à Companhia Energia Renovável (Cern). O Grupo Pedra Agroindustrial S/A, de Andradina (SP), adquiriu a planta da Usina Orbi Bioenergia em 2022 da então Companhia Energia Renovável e renomeou o projeto para Usina Cedro, que foi remodelado e finalizado. Citando “solidez” e “integridade”, Luiz Roberto Kayzel Cruz lembrou, em sua fala, os caminhos que a empresa teve que percorrer para concretizar aquele momento.
“Estamos aqui para agradecer o suporte e a ajuda que tivemos do Governo do Estado, da senadora Tereza Cristina para chegar aqui. E agora estamos aqui. O alicerce que mantemos há 94 anos nos permite assegurar que será preservado para construir um futuro melhor para nosso país”, afirmou.
O Grupo Pedra Agroindustrial atua desde 1931 na produção de energia renovável, agora com quatro unidades produtoras nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul: Usina da Pedra, em Serrana; Usina Buriti, em Buritizal; e Usina Ipê, em Nova Independência, todas no Estado de São Paulo; e a Usina Cedro, em Paranaíba, em Mato Grosso do Sul. Produz etanol, açúcar e energia elétrica a partir do processamento da cana-de-açúcar.
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, disse estar impressionado com a tecnologia avançada empregada no processo industrial para garantir eficiência e sustentabilidade.
“Quando fomos acionados pela então ministra Tereza Cristina, começamos um trabalho intenso com nossa equipe e com a equipe da Pedra para darmos andamento aos processos de implantação do projeto. E fomos muito demandados, o que é muito bom. Cumprimos as datas acordadas e continuamos trabalhando juntos, porque tem mais projetos sendo feitos”, afirmou o secretário.
O Governo do Estado já aprovou a construção de um trevo no entroncamento da BR-158 com a MS-434, na altura da Vila Raimundo, e a pavimentação do trecho de 7 quilômetros da MS-434 até a entrada da Usina Cedro. Essas obras serão custeadas com recursos do Prodesenvolve (Fundo para o Desenvolvimento Industrial de Mato Grosso do Sul).
O governador Eduardo Riedel revelou ter um motivo a mais para estar feliz porque é natural de Paranaíba, e a chegada da usina, além das centenas de empregos que gera, impactando positivamente toda a região, é um presente que sua cidade recebe e que o deixou satisfeito. “Mato Grosso do Sul tem clareza de onde quer chegar: transição energética, segurança alimentar, sustentabilidade. Tudo isso temos aqui, podemos dar aula ao mundo”, afirmou o governador. “Mas de nada adianta o crescimento, se não conseguirmos traduzir isso em bem-estar social”, finalizou.
Números
O Grupo Pedra Agroindustrial SA investiu mais de R$ 660 milhões no projeto da Usina Cedro, que tem capacidade de processamento de 2,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e produção estimada de 190 milhões de litros de etanol ao ano. Com o bagaço resultante da moagem da cana, é possível cogerar 38.602 MWh de energia que é utilizada para movimentar o maquinário próprio e o excedente é exportado para a rede.
Com a entrada em operação da Usina Cedro, Mato Grosso do Sul passa a contar com 22 unidades, sendo 19 de processamento de cana-de-açúcar e 3 de milho. Todas produzem etanol hidratado, o combustível utilizado pelos veículos flex e para mistura na gasolina, sendo que 14 também refinam o etanol anidro, o produto com menor teor de água utilizado na indústria farmacêutica.
Ainda 14 usinas produzem açúcar e todas utilizam o bagaço da cana para cogeração de energia elétrica que é utilizada para movimentar a própria indústria e o excedente é exportado para a rede nacional. Na safra 2025/2026 serão produzidos 4,7 bilhões de litros de etanol pelas usinas do Estado, além de 2,6 milhões de toneladas de açúcar. Em 2023 o setor gerou 2.200 GWh de energia e emprega cerca de 35 mil pessoas.
Texto: João Prestes
Fotos: Mairinco de Pauda